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Maturidade Cristã

Filipenses 3:12-21

12 Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. 13 Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, 14 prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. 15 Todos, pois, que somos perfeitos, tenhamos este sentimento; e, se, porventura, pensais doutro modo, também isto Deus vos esclarecerá. 16 Todavia, andemos de acordo com o que já alcançamos. 17 Irmãos, sede imitadores meus e observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós. 18 Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. 19 O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas. 20 Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, 21 o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas.

Vivemos no tempo das coisas instantâneas. Ainda me lembro dos aparelhos de televisão a válvulas. A gente ligava e tinha que esperar esquentar para que a imagem preto e branca aparecesse. O café era feito do modo tradicional, ou seja, com água quente, pó e coador. O chocolate era jogado no leite frio e demorava a ser diluído. Hoje quase tudo é instantâneo. Mal apertamos o botão do controle remoto e a imagem colorida aparece nos nossos televisores. O café instantâneo dispensa o velho e demorado processo. O chocolate instantâneo é jogado no leite gelado e é diluído rapidamente. Com um cartão de banco retiramos ou transferimos rapidamente nosso dinheiro e assim por diante.

Acostumados com estas coisas, muitos cristãos acham que a maturidade espiritual também pode ser facilmente atingida. Que basta sentar no culto aos domingos que isto acontecerá sem maiores esforços por nossa parte. Baseado neste texto gostaria de mostrar que a maturidade cristã deve ser conquistada palmo a palmo. Que para atingi-la é necessário investir tempo, esforço, estudo e meditação nas Escrituras. Acostumados a resultados rápidos e superficiais, muitos cristão acabam se frustrando e desistem de crescer. Para corrigir este comportamento o tema da nossa mensagem será:

Dois Fatores de Encorajamento Na Corrida Rumo à Maturidade Cristã

I. O Exemplo (12-19)

Paulo afirma no versículo 12 que não era completo, que ainda não havia atingido o auge da maturidade. Para esclarecer a mente dos leitores quanto a isto, ele se põe a descrever como eles deveriam agir em relação a busca de maturidade na vida cristã. Nos versículos 12-19 Paulo nos dá dois exemplos:

A. O Bom Exemplo (12-17)

Ele expõe como agia no que concerne a busca da maturidade cristã. Paulo tinha consciência que ainda não havia atingido o ponto máximo da maturidade espiritual, mas ele afirma que seguia (perseguia – diwkw) firmemente rumo a ela. Sem olhar para trás ele se esforçava para alcançar o “prêmio do alto”, pois este era os seu propósito. Sabia que lá estava o que tanto almejava, a perfeição espiritual, a plena maturidade cristã que tanto almejava.

É interessante notar que no versículo 14 Paulo leva em conta os níveis espirituais de maturidade, pois eles nos convoca a andarmos com Cristo segundo o que

já atingimos. Ou seja, cada um de nós deve se comportar de acordo com o conhecimento espiritual que temos e nunca de modo inferior ao crescimento cristão que já obtivemos. Quando um adulto se comporta como uma criança sua atitude é considerada inadequada. Assim também é nos níveis de crescimento espiritual.

Um crente maduro comportar-se como uma criança em Cristo é algo que beira ao ridículo.

Creio que o ponto alto deste texto está no versículo 17. Aqui Paulo tem a ousadia e, porque não dizer, autoridade espiritual de nos conclamar a imitá-lo (summimtai), a seguirmos o seu exemplo (tupon). Mesmo consciente de não ter atingido a plena maturidade (teteleiwmai), os convida a seguirem o seu exemplo.

Pelo estudo das Escrituras sabemos que o nível espiritual atingido por Paulo era bastante elevado, por isso ele se coloca como o padrão no qual os crentes de Filipos deveriam se espelhar.

Me encanta o fato de alguém tão maduro como Paulo, um cristão espetacular, não ter se conformado ao estágio atingido. Ele queria mais, ele não estacionou, ele prosseguia para frente com o olhar voltado paro o próximo degrau. Que contraste conosco os cristão do final do século XX! Depois passa a falar daqueles aos quais os crentes de Filipos jamais deveriam seguir o exemplo.

B. O Mau Exemplo (18-19)

Ele se refere àquelas pessoas que apesar de aparentarem ser cristãos, eram na verdade inimigos da cruz de Cristo. Não que o fossem abertamente, mas na prática seus ensinos iam contra as verdades básicas do Evangelho.

Paulo afirma que o fim destes é a destruição e dá três exemplos que norteia a existência destes indivíduos. Primeiramente há o fato de que o deus deles era o seu próprio ventre. A conotação é que eles eram egocêntricos, viviam para si mesmos. Viviam para satisfazer aos desejos da sua carne, eram os seus próprios deuses. Eram orgulhosos. Creio que cai bem aqui uma citação do livro o Pequeno Príncipe quando ele estava a visitar aqueles planetas habitados por uma só pessoa. Vejamos:

“No segundo planeta um vaidoso habitava. Ah! Ah! Um admirador vem visitar-me exclamou de longe o vaidoso, mal vira o príncipe. Porque para os vaidosos, os outros homens são sempre admiradores. Bom dia disse o principezinho. Você tem um chapéu engraçado. É para agradecer, exclamou o vaidoso. Para agradecer quando me aclamam. Infelizmente não passa ninguém por aqui. Bate as mão uma na outra, o vaidoso aconselhou. O principezinho bateu as mãos uma na outra. O vaidoso agradeceu modestamente, erguendo o chapéu. E (o principezinho) recomeçou a bater as mãos uma na outra. O vaidoso recomeçou a agradecer tirando o chapéu. (…) o principezinho cansou-se com a monotonia do brinquedo: E para os chapéu cair, perguntou ele, que é preciso fazer? Mas o vaidoso não ouviu. Os vaidosos só ouvem os elogios. Não é verdade que tu me admiras muito? Perguntou ele ao principezinho. Que quer dizer admirar? Admirar significa reconhecer que eu sou o homem mais belo, mais rico, mais inteligente e mais bem vestido de todo o planeta. Mas só tem você no seu planeta! Dá-me este gosto. Admira-me mesmo assim. Eu te admiro, disse o principezinho, dando de ombros. Mas como isto pode interessar-te? E o principezinho foi embora”.

Em segundo lugar, Paulo afirma que a glória deles é a vergonha (desgraça – aiscuh), é uma glória oca, uma vanglória, uma vaidade (vacuidade). Por isso, no dia do julgamento seu destino será a desgraça. Agora eles ostentavam espiritualidade, porém, no futuros, seriam cobertos de infâmia. Toda “espiritualidade” que chama atenção para si próprio não é espiritualidade, é orgulho disfarçado, é farisaísmo. Cuidado com aqueles que ostentam uma espiritualidade que redunda em glória para si mesmos e não para o nosso Deus.

Em terceiro lugar fala acerca da visão espiritual deles que era um tanto quanto limitada, pois só consideravam as coisas deste mundo. Consequentemente seu deus, sua glória e sua espiritualidade só poderiam ser terrenas.

Em seguida Paulo traça o contraste entre a cidadania, a esperança e o futuro destes pseudo cristãos com a dos verdadeiros cristãos. Ai entraremos no segundo fator de encorajamento.

II. A Esperança (20-21)

Depois de condenar a visão obtusa dos inimigos de Cristo, Paulo fala acerca da verdadeira esperança, daquela que transcende os limites deste mundo. São enfocados dois pontos importantíssimos desta esperança. São eles:

A. A Cidadania (20)

Vale a pena, voltar no tempo e conhecer um pouco das características da cidade.

Uma das características principais dos moradores de Filipos era a sua cidadania romana (cf. At 16:21). A cidade de Filipos localizava-se em uma cordilheira que dividia a Ásia da Europa. Era uma cidade militarmente estratégica. No início do século IV a.C., Filipe da Macedônia (pai de Alexandre o Grande), conquistou-a e deu-lhe um nome de acordo com o seu. Em 168 a.C., Filipos caiu nas mãos dos romanos tornando-se parte da província romana da Macedônia e tendo Tessalônica como capital. Em 42 a.C., Marco Antônio e Otávio derrotaram Brutus e Cásio, nas proximidades de Filipos. Em gratidão ao auxílio recebido dos moradores de Filipos, Antônio fez dela uma colônia romana. Pelo fato de ser colônia romana seus cidadãos desfrutavam de todos os privilégios da cobiçada cidadania romana. Sua economia e leis eram baseadas no padrão romano. Na época de Paulo era uma importante cidade militar (havia lá um destacamento da Guarda Pretoriana) e era também um importante centro econômico. Uma das mais importantes estradas do Império, a Via Ignatia, passava por lá. Eles tinham orgulho da sua cidade.

Paulo usa o orgulho que tinham da sua cidadania romana para ensinar uma lição. Ele afirma que a cidadania do cristão está no céu; lá está a sua verdadeira pátria e é para lá que os seus olhos devem estar voltados. Eles deveriam considerar não somente as coisas terrenas, mas também, e principalmente, as divinas. É dos céus que eles aguardavam a volta do Salvador, Jesus Cristo, que viria com uma finalidade especifica. É desta finalidade que falaremos a seguir, pois ela também faz parte da esperança do cristão.

B. A Glorificação (21)

Creio que uma das maiores esperanças dos cristãos de todos os tempos é a glorificação deste corpo no arrebatamento da Igreja. Ter um corpo livre das marcas do pecado e de todas as implicações vindas dele. Sem sombra, de dúvida para um servo de Deus, não há dia mais esperado que este. É esta a segunda esperança destacada por Paulo. Ele afirma que esta glorificação será feita por aquele que tem o poder de subordinar a Si todas as coisas. Não será uma transformação qualquer. Este novo corpo será semelhante ao do Senhor Jesus depois que Ele ressuscitou. Um corpo semelhante aquele com o qual ele se apresentou aos discípulos após Sua vitória sobre a morte. Um corpo capaz de se locomover sobrenaturalmente (cf. Lc 24:31), um corpo que não precisa de portas para entrar em um recinto (cf. Jo 21:19), e o melhor: um corpo totalmente livre do pecado.

Só o verdadeiro cristão tem esta certeza, pois sua esperança em Cristo não se limita a esta vida (cf. ICo 15:19), as coisas deste mundo. O seu olhar está voltado para os céus onde está a sua verdadeira e permanente morada. Apesar desta esperança estar no futuro, o cristão genuíno pode viver hoje com a certeza de que ela se realizará, pois o nosso Mestre nos provou isto ao ressuscitar dos mortos, vencendo a morte, e voltando para junto do Pai para nos levará.

Amém!

Segue abaixo uma tradução própria do texto do Grego para o Português:

12. Não que já recebi, ou já tenha sido completado, mas sigo para obter aquilo pelo que fui conquistado por Cristo Jesus. 13. irmãos, eu de mim mesmo não considero havê-lo alcançado; mas uma coisa faço, esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e esforçando-me para as que estão adiante, 14. sigo para o alvo, o prêmio do alto, da vocação divina em Cristo Jesus. 15. Todos pois que são maduros considerem isto; e se alguém pensa diferente, também isto Deus vos revelará. 16. Mesmo assim no que já atingimos andemos com Ele. 17. Irmãos tornem-se meus imitadores e observem os que andam desse modo tal qual o exemplo que tende em nós. 18. Pois muitos que andam entre nós, dos quais muitas vezes vos disse e agora vos digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. 19. Dos quais o fim é a destruição, o deus deles é o ventre e a glória deles é a vergonha, porquanto só consideram as coisas terrenas. 20. Pois a nossa cidadania está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, 21. que transformará o corpo da nossa humilhação à semelhança do corpo da sua glória, segundo a operação do seu poder de subordinar para si todas as coisas.

Jabesmar A. Guimarães

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