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Evangelização e Conversão

A maioria dos cristãos conhece os textos sobre a necessidade de evangelizar. Alguns destes têm sido despertados a dedicar sua vida à evangelização tanto dos brasileiros, de povos que vivem dentro do Brasil (indígenas) e fora do nosso país. Aqui e ali igrejas e irmãos têm sido despertados sobre a necessidade de alcançar os não evangelizados. Isso é muito bom! Afinal de contas foi o próprio Senhor quem falou: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Marcos 16:15). O Senhor está dizendo que devemos pregar o Evangelho a todos os homens.

Contudo, parece-me que alguns crentes entendem este texto mais ou menos assim: “Preguem o Evangelho no seu país até que todos se convertam”. Ora, bolas! Jesus não disse para convertermos a todos e sim para pregarmos a todos. Se os missionários que vieram trazer o Evangelho aos nossos antepassados pensassem assim, ainda estaríamos perdidos, pois na época que vieram para cá, muitos compatriotas seus ainda não eram salvos. Ouso afirmar que até mesmo entre os seus parentes ainda havia incrédulos. Isto se aplica tanto aos missionários europeus, americanos, australianos, neozelandeses etc.

Há uma grande diferença entre evangelização e conversão. Já fomos avisados de antemão que poucos creriam, poucos entrariam pela porta estreita da salvação (cf. Mt 7:14). Assim também, há uma grande diferença entre a carência de convertidos que há em certas regiões do nosso país com a existência de povos inteiros que nunca ouviram nada acerca do Evangelho de Cristo.

Estatísticas confiáveis dizem que há no mundo cerca de um bilhão e meio de pessoas (1.500.000.000) que NUNCA OUVIRAM NADA ACERCA DE CRISTO, enquanto aqui no Brasil a maioria das cidades tem pelo menos uma igreja evangélica onde é pregada a salvação única e exclusivamente na pessoa de Jesus. Além disso, temos pregações no rádio, nas praças, nos ginásios e estádios, literatura aos borbotões e cristãos que testemunham nos locais de moradia, estudo e trabalho. Enquanto aqui as pessoas têm tantas oportunidades e as desprezam, há lugares onde é impossível ouvir sobre a verdadeira salvação. Isto não quer dizer que não devamos evangelizar os que nos rodeiam, pois isto também faz parte do nosso serviço ao Mestre. Estes também precisam de Jesus. Contudo, olhando do ponto de vista do número de oportunidades, eles as têm aos montes enquanto, como já dissemos, há aqueles que, mesmo que quisessem ouvir não poderiam.

O maior exemplo de missionário que temos é o próprio apóstolo Paulo. Ele tinha estas verdades profundamente arraigadas no seu coração e isto o levou a investir sua vida na proclamação da salvação por meio de Jesus Cristo. Porém, Paulo tinha uma meta bem definida. Ele sabia que a prioridade urgentíssima era alcançar aqueles que nada sabiam acerca de Jesus. Diz-nos ele em Romanos 15:20, 21: “Esforçando-me deste modo para pregar o Evangelho, não onde Cristo já fora anunciado, para não edificar sobre fundamento alheio; antes, com está escrito: Hão de vê-lo aqueles que não tiveram notícia dele, e compreendê-lo os que nada tinham ouvido a seu respeito” (grifo próprio).

Este foi o principal propósito de Paulo, e este deve ser nosso propósito no presente século. Devemos somar forças para alcançar tais povos. Cada liderança deve levar sua igreja local a buscar a Deus no desejo de saber como Ele a quer usar neste grande empreendimento espiritual (digo liderança porque, normalmente, a igreja é um reflexo daqueles que a lideram). E pode estar certo de uma coisa, caro leitor: Deus quer usar a sua igreja local neste ministério!!!

Como ainda há hoje, na época de Paulo havia muitos povos sem a presença do testemunho do Evangelho de Jesus Cristo. Paulo sabia que a única solução para eles estava na bendita pessoa de Jesus Cristo e sua obra salvadora. Ele escreve em Romanos 10:9, 10, 13: “Se com tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. …Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor, será salvo.” Mas Paulo não pára aqui e começa a fazer uma série de perguntas que nos colocam contra a parede. Continua ele: “Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem nada ouviram? e como ouvirão se não há quem pregue? e como pregarão se não forem enviados? …Assim, a fé vem pelo ouvir e ouvir da palavra de Cristo” (Rm 10:14, 15a, *17 – grifo próprio).

A resposta às perguntas do apóstolo é uma só: É impossível! É impossível invocar aquele em quem não creram. É impossível crerem em Jesus se não ouviram nada a seu respeito. É impossível que ouçam o Evangelho se ninguém for lhes falar. A não ser que as igrejas enviem missionários para levar-lhes as boas novas, que Jesus veio ao mundo e efetuou a obra da salvação, continuarão ignorando tão grande bênção.

Fica claro então, que é impossível ao homem chegar ao conhecimento de Jesus sem que alguém lhe fale acerca disto. “E como pregarão se não forem enviados?” É papel da igreja providenciar treinamento, envio de missionários até estes povos e sustento para o missionário no campo (cf. At 13:1-3). A não ser que alguém lhes seja enviado, eles nunca ouvirão da salvação que só há na pessoa do Senhor Jesus.

Portanto, irmãos, não confundamos a pregação a todos de uma cidade ou região com a conversão de todos. Infelizmente, em todos os locais onde o Evangelho foi pregado existiram aqueles que o rejeitaram ou não demonstraram o mínimo interesse por ele. Rasgaram folhetos, desprezaram convites, recusaram-se a ouvir e, no mínimo, ficaram indiferentes. Outros tripudiam o Evangelho e até mesmo perseguem os crentes. Contudo, tiveram a oportunidade de ouvir. Hoje também é assim! Há, porém, aqueles que não o ouviram uma única vez e não podemos ignorá-los. Eles também precisam ouvir o Evangelho pelo menos uma vez. Deus nos enviou a eles também.

Fico pensando no apóstolo Paulo que queria ir sempre mais adiante, que não queria ficar pregando aonde Cristo já tinha sido anunciado (edificar sobre fundamento alheio), que não aplicava sua vida em ficar disputando para colocar o seu grupo de convertidos em uma cidade onde já havia um testemunho genuíno do Evangelho, que se alegrava em saber que, mesmo com a motivação errada, havia pessoas pregando a Cristo (cf. Fp 1:17,18), que mesmo sabendo que em Roma havia uma igreja a qual ele certamente não fundara, não colocou como prioridade estabelecer uma igreja paulina e quando mencionou que desejava conhecer a igreja em Roma o fez manifestando o desejo de ser por ela encaminhado à Espanha, que fazia parte dos confins do mundo conhecido na sua época (cf. Rm 15:24,28).

Amados, oremos para que Deus nos dê a mesma visão que deu ao apóstolo Paulo, oremos pelos nossos corajosos e desprendidos irmãos que deixaram igrejas confortáveis para ir pregar a povos que nunca ouviram em países miseráveis onde passam por severas privações e estão à mercê de malárias e outras enfermidades. Oremos para que o Senhor levante outros irmãos com o mesmo propósito e vamos contribuir financeiramente com tais irmãos. A obra de Deus se faz com os que vão e os que ficam. Estes precisam entender que precisam colaborar financeiramente com aqueles.

O lema de Oswald Smith era: “Teria alguém o direito de ouvir o Evangelho duas vezes, quando há tantos no mundo que não ouviram uma vez sequer?” Pode parecer muito radical, mas é a mais pura verdade. Quem ouviu teve uma oportunidade. Quem nunca ouviu não teve nenhuma, partiu para a eternidade sem a salvação que só pode ser obtida através do conhecimento da obra de Cristo.

Diante deste fato não há como ficar neutro. Ou estamos com a Palavra ou contra ela. Cumpramos o “IDE” de Jesus, anunciando-o A TODA CRIATURA.

* Tradução própria (somente versículo 17)

Jabesmar Guimarães

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