O Ministério
“O conceito bíblico de I Coríntios de ministério é o de serviço prestado a Deus ou às pessoas. O ministério na igreja tem como alvo a edificação de indivíduos visando a maturidade coletiva em Cristo (Ef 4:15-16)” – (W. L Liefeld – EHTIC – pg 523). Ministério é serviço. Isto pode ser visto na palavra grega diaconeo que significa servir. Há, em alguns textos, a idéia de servir como um escravo, pasmem, não somente a Deus, mas também, aos irmãos. Desenvolver um ministério é dever e privilégio não só dos presbíteros e obreiros, mas de todo cristão nascido de novo pelo poder do Espírito Santo.
Gostaria que observássemos alguns aspectos do ministério cristão.
I. Entendendo o Dom (Habilidade)
Todos sabemos que um serviço bem feito demanda habilidade daquele que se propõe a realizar a tarefa. Não posso querer pintar um belo quadro se não tenho habilidade com os pincéis. O resultado final seria sofrível. Assim também, o ministério, o serviço cristão, para ser bem feito, necessita de pessoas habilitadas.
O ministério na igreja necessita, exige, demanda um dom espiritual. O ideal é que cada membro de uma igreja local procure descobrir o seu dom espiritual, para assim servir a Deus e aos irmãos segundo a sua habilidade especifica. Assim, ele se sentiria espiritualmente realizado e, como conseqüência natural, a igreja seria beneficiada.
Romanos 12:4-8: “Porque, assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma função; assim também nós conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros, tendo, porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se profecia, seja segundo a proporção da fé; se ministério, dediquemo-nos ao ministério; ou o que ensina, esmere-se no faze-lo; o que contribui, com liberalidade; o que preside, com diligência; quem exerce misericórdia com alegria”.
Cada membro tem um lugar bem específI Cor no corpo espiritual de Cristo que é a igreja. Em I Coríntios 12 Paulo diz que neste corpo um é pé, outro é mão, outro ouvido, outro olho, outro olfato e que cada membro deve cooperar “com igual cuidado, em favor uns dos outros” (25). Não pode haver disputa! Cada membro é importante. Se você se descobrir como pé no corpo de Cristo, então, meu irmão, seja um bom pé, o melhor que você conseguir ser.
É de suma importância saber que quem te colocou como pé foi Deus. Ele, melhor do que ninguém, sabe o que faz! Ninguém escolhe o dom, é Deus quem dá segundo a Sua soberania e sabedoria.
Entendido isto, passemos a outro aspecto do ministério.
II. A Motivação
Ao contrário daqueles que ignoram ou simplesmente menosprezam o seu dom, há aqueles que o supervalorizam. Tanto uma como outra atitude está errada. A resposta bíblica a esta atitude se encontra em Romanos 12:3: “Porque pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo, além do que convém, antes, pense com moderação segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um”.
É verdade que certos tipos de ministério deixam a pessoa em evidência, faz com que ela seja notada. Mas isso não deve levar a pessoa a ensoberbecer-se. Sua motivação não deve ser a de aparecer e sim, usar o seu dom para fazer aquele que lhe deu o dom ser exaltado.
É perfeitamente possível iniciar um ministério com a motivação errada e causar um prejuízo enorme à igreja de Cristo. Isso me faz lembrar de Ananias e Safira. Eles iniciaram o ministério da contribuição com a motivação errada. Eles queriam a notoriedade que o gesto de contribuir trouxe a Barnabé. Fizeram a coisa certa, mas com a motivação totalmente errada.
Paulo foi um homem que teve um ministério formidável. Mas ele sabia que isto não era mérito dele. Ele sabia que isto era fruto da graça de Deus, da capacitação que o Espírito Santo de Deus dera a ele.
II Cor 4:1, 7: “Pelo que, tento este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;… Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós”.
Ele estava ciente que trabalhar na obra do Senhor não era um favor para Deus e sim um privilégio. Só pela misericórdia de Deus é que nós, pecadores finitos, podemos tomar parte numa obra tão gloriosa, uma obra eterna. É graça irmãos!
Paulo estava ciente que ele não era um fim e sim um meio; ele era um simples vaso, um utensílio, um instrumento. É interessante notar que o vaso aqui descrito não é de metal ou outro material nobre. É de barro. Vasos de barro eram baratos e quebravam com facilidade. Na antiguidade era costume guardar tesouros ou objetos valiosos em vaso de barro e os enterrar.
A idéia que ele quer transmitir é que o valor não está no vaso e sim no seu conteúdo. Gostaria de aplicar esta verdade ao ministério. Se o nosso ministério vai bem, devemos estar cientes que o mérito não é nosso e sim daquele que depositou o dom em nós. Toda glória pertence ao Senhor!
Como cristãos nascidos de novo, é nossa obrigação exercitar o nosso dom espiritual. Não é favor a Deus e sua causa, é obrigação! Temos que frutificar (uma árvore que não dá frutos está doente). Mas os possíveis frutos não são mérito nosso e sim daquele que habita em nós; somos meros vasos de barro.
A bíblia é bem especifica quanto a finalidade dos dons. Leiamos duas passagens:
- I Cor 4:7: “A manifestação do Espírito é concedida a cada um, visando a um fim proveitoso”.
- Ef 4:12: “Com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo”.
Conclusão
No começo do estudo eu disse que o desenvolvimento de um ministério frutífero demanda que o ministrante, o servo, saiba qual é o seu dom espiritual. Acontece que as igrejas estão cheiras de pessoas que não desenvolvem nenhum serviço ou estão funcionando no lugar errado porque simplesmente ignoram qual é o seu dom. Gostaria de encerrar este estudo de uma forma bem prática. Vou passar para vocês um teste que vai ajuda-los a descobrir qual é a sua tendência em relação ao seu dom espiritual.
Espero, com isso, que você possa começar e exercitar-se e assim venha a descobrir o seu lugar no corpo de Cristo.
Amem!
Jabesmar A. Guimarães