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Contribuição

Princípios de Contribuição em II Coríntios 8, 9 e I Coríntios 16:2

1. A CONTRIBUIÇÃO DEVE SER PLANEJADA (I Cor 16:2)

Em lugar de contribuir por impulso, o crente deve planejar a contribuição; deve ter separado. em uma conta bancária ou consigo, o dinheiro previamente separado para aplicar na obra do Senhor.

2. A CONTRIBUIÇÃO DEVE SER FEITA COM REGULARIDADE (I Cor 16:2)

Tendo esta quantia separada o crente pode dispor-se dela com regularidade, assim procedendo, não será levado a contribuir emocionalmente. O que acontece, na maioria das vezes, é que quando alguém na igreja apresenta uma necessidade, a gente mete a mão no bolso para ver quanto tem, quanto pode dar naquela hora. Devemos evitar situações assim, planejando a nossa contribuição. Devemos também, contribuir com regularidade. O texto diz: “No primeiro dia da semana…”, todos os domingos.

3. TODOS NA IGREJA DEVEM CONTRIBUIR (I Cor 16:2)

Paulo fala que cada um deveria participar da coleta aos santos. Sendo assim, toda a igreja deve estar envolvida na graça de contribuir.

4. A CONTRIBUIÇÃO DEVE SER SEGUNDO AS POSSES DE CADA UM (I Cor 16:2; II Cor 8:1-3, 12-15)

Fica bem claro que o apóstolo afirma que a contribuição deve ser proporcional à capacidade financeira de cada um. Quem tem mais deve contribuir com mais, quem tem menos deve contribuir com menos. Para Deus o que importa não é a quantia em si, mas o fato de que estamos dividindo com o nosso próximo às bênçãos materiais com as quais Deus nos tem agraciado. Mas, infelizmente, na maioria das igrejas locais os que mais contribuem são os que menos posses têm. Ou seja, proporcionalmente, os que menos dão são exatamente os que mais bens possuem.

5. CONTRIBUIR É UMA GRAÇA CONCEDIDA POR DEUS (II Cor 8:1, 4, 6, 7)

A principal motivação no dar deve se o amor, foi ele que motivou Jesus Cristo a se dar por nós (cf. 8:8,9). Por natureza somo egoísta, mas devido a transformação graciosamente efetuada em nós pelo Senhor Jesus, somos capacitados a, também graciosamente, contribuir com os nossos próximos.

6. A CONTRIBUIÇÃO DEVE SER FEITA COM GENEROSIDADE (II Cor 8:2; 9:5)

A palavra grega usada para traduzir generosidade no nosso português é ( – aplótes) que também significa: liberalidade, sendo que o significado básiCor é “simplicidade”, “de mente limpa” e indica a verdadeira abertura no coração e generosidade para com as outras pessoas, na qual não há motivos egoístas. Não devemos “nivelar por baixo” a nossa contribuição. Cada um deve procurar dar o máximo que puder.

7. A CONTRIBUIÇÃO DEVE SER VOLUNTÁRIA (II Cor 8:3, 8-12; 91, 2, 5-7)

A palavra grega usada para traduzir voluntários em 8:3 é ( – authairetos), cujo significado abrange voluntariedade, de livre acordo; isto é, espontânea e voluntariamente, de iniciativa própria, sem pedido e sem coação. A contribuição voluntária dispensa apelos emocionais, muito pelo contrário, a pessoa do contribuinte procura saber as necessidades do seu próximo, para que possa ajudá-lo.

8. A CONTRIBUIÇÃO BÍBLICA PRODUZ:

  • a. Produz a alegria de poder ser útil ao próximo e à obra do Senhor. Deus ama a quem dá com alegria, então aquele que dá se sente alegre por saber e sentir que é amado por Deus (cf. 9:7). Produz também, alegria na pessoa que é alvo da oferta, que, por ter suas necessidades supridas, sente o cuidado de Deus.
  • b. Abundancia nas posses do doador (9:6-11).

Começo esta sub divisão com uma advertência muito séria. Atualmente está em voga um ensino pernicioso conhecido como TEOLOGIA DA PROSPERIDADE. Os defensores deste ensino advogam que quanto mais você der mais Deus te dará. Com apelos emotivos eles espoliam os bens dos freqüentadores dos seus “cultos”, conseguindo convencer pessoas a lhes entregarem o salário de um mês inteiro de trabalho com promessas vazias de conteúdo bíblico.

Não é disto que trataremos aqui. Ninguém está autorizado pela Sagrada Palavra a prometer que Deus vai abençoar com o dobro, o triplo etc, a quem lhe entregar sua oferta; ou a afirmar que quanto mais você der, mais Deus te abençoará. Isto é a mais pura mentira, mentira esta que visa única e exclusivamente tomar o seu dinheiro ganho com dificuldade.

Basta lembrarmos da passagem bíblica que narra sobre a oferta da viúva pobre que veremos que isto não é verdade. A verdade bíblica que Deus abençoa o contribuinte é inegável. Mas quando e com quando Ele vai abençoar, pertence única e exclusivamente a Sua soberana decisão. Para encerrar o alerta, é bom lembrar que nem todas as bênçãos que Deus nos dá são materiais (louvado seja Ele por isso).

A pessoa que atua como um canal das bênçãos divinas tem suas posses aumentadas, pois Deus vê que ela reparte com os necessitados aquilo que Ele as dá. É comum notar que Deus concede a estas pessoas a capacidade de aumentar suas posses, abençoa seus negócios de modo que eles prosperam e vão bem.

Podemos comparar estas pessoas com uma caixa d’água que recebe de Deus uma certa quantidade de água. Esta caixa d’água tem vários canos saindo de si, os quais repartem uma porção da água com outras caixas menores. Quem age assim é abençoado. Porém, aquelas pessoas que retém tudo quanto Deus Ele as dá para si mesmos, a estas Ele dá sob medida, pois sabe que seus canos estão entupidos. São reservatórios que retém egoisticamente tudo para si mesmos.

c. Gratidão a Deus pela vida do contribuinte e glórias ao nome d’Ele (9:12-15).

Quando alguém reparte as bênçãos com os outros, o nome do Senhor é glorificado, pois, como sabemos, a motivação para dar de coração vem d’Ele. Isto também gera, no coração da pessoa que foi alvo da oferta, gratidão a Deus pela vida do ofertante.

9. MAIS ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

a. Pobreza. Paulo chega a ser redundante ao se referir a “profunda pobreza” das igrejas da Macedônia (8:2). Aquela região também estava passando por dificuldades. A pobreza deles já tinha alcançado seu estágio mais baixo. O que enternece os nossos corações é que, mesmo assim, aqueles irmãos do passado fizeram questão de participar da assistência aos irmãos da Judéia (8:4).

Ele usa dois termos gregos bem fortes para denotar o tipo de pobreza a qual aqueles irmãos estavam submetidos. São eles:

ptocheía: Pobreza. A palavra descreve a pobreza abjeta de quem não tem nada e está a ponto de morrer de fome.

bathous: Até a profundidade; profunda, enorme (literalmente).

Ali havia irmãos que realmente amavam ao Senhor. O que os capacitou a irem tão longe foi a compreensão da extensão da graça de Deus. Eles deram aos irmãos porque primeiramente haviam se dado ao Senhor (8:5). Deram-se totalmente ao Senhor; corpo, alma e bolso. Eles eram do Senhor, logo, tudo que possuíam também o era. Que esta venha a ser a atitude de cada um de nós que confessa a Jesus Cristo como Salvador e Senhor de sua vida.

b. A Graça de Contribuir.

Graça: Dom imerecido, algo que não podemos conseguir através do dinheiro, favor gratuito de quem não espera nada em troca.

Precisamos começar a pensar na graça como aquela que nos concede o privilégio de sofrer. Em Filipenses 1:29 lemos: “Porque vos foi concedida a graça de padecerdes por Cristo, e não somente de crerdes nele…” Uma coisa puxa a outra e assim como nunca encaramos a graça como um grande privilégio concedido por Deus de sofrermos por Cristo, nunca vemos a contribuição como uma graça concedida a nós por Deus.

Os irmãos macedônios suplicaram com muitos rogos a graça de participarem na assistência aos santos (cf. II Cor 8:14). Da mesma forma Tito é enviado a Corinto a fim de que eles completassem a mesma graça (II Cor 8:6). Eles deviam abundar nesta graça (II Cor 8:7).

Fica claro e patente que não só Paulo como também estes irmãos viam a contribuição para a obra de Deus como uma graça, um privilégio. Um favor da parte de Deus que nenhum pecador merece.

c. Alguns Princípios Norteadores Para a Contribuição.

1) Ser riCor não é requisito para alguém contribuir.

Existem vários irmãos e igrejas locais esperando alcançar uma boa situação financeira para então começarem a contribuir com a obra missionária brasileira e estrangeira. Mais uma vez devemos recordar da viúva pobre.

É bem provável que quem não contribui no pouCor também não contribuirá no muito. Se você não dá nada para a obra do Senhor por se julgar pobre, se vier a ter muito é bem provavel que continue sem contribuir. A contribuição deve ser um estilo de vida.

2) A contribuição bíblica é precedida de alegria, voluntariedade e generosidade.

“Porque eles na medida das suas posses e mesmo acima delas se mostraram voluntários” (II Cor 8:3).

3) A contribuição deve ser oferta e não esmola.

Dar o que se tem sobrando, ou aquilo que não nos faz falta não é aquilo que no Novo Testamento é chamado de contribuição. Os irmãos macedônios deram acima das suas possibilidades, e isso voluntariamente.

4) A contribuição deve ser vista como parte da adoração a Deus, com o compromisso coma expansão do reino de Deus aqui na Terra.

Cultuar a Deus racionalmente implica em adorá-lo também com os nossos bens. Implica em investirmos nossas vidas e nossas posses na esperança de que o Seu nome venha a ser conhecido em toda a Terra. A resposta de um coração que foi alcançado pela graça e misericórdias divina deve ser uma entrega total de todas as áreas da vida ao autor de tão grande Salvação.

5) A contribuição nunca deve ser vista como um meio de tentarmos comprar os favores do Deus Eterno.

Existem aqueles que oferecem quantias vultuosas como uma compensação por uma vida cristã impura que vem levando. O Deus três vezes santo não se impressiona com quantias enormes, Ele não se vende, e incompravel, invendivel, insubornável. Oferta proveniente de trambiques travestido de santidade, proveniente de suborno a altos funcionários, proveniente de dinheiro de impostos não pagos, de direitos não pagos a funcionários, de hora extras mentirosas, de dinheiro desviado do patrão etc, estas ofertas são abominação diante do Deus Todo Poderoso.

Nos entristece saber que em algumas igrejas locais existem irmãos que constroem casas de oração com dinheiro conseguido através de falcatruas. Mais triste ainda é quando isso passa a ser visto como uma coisa normal. A ponto da conversa que se segue ter transcorrido com a maior naturalidade em uma determinada igreja local: “Todo mundo sabe que o irmão Fulano de Tal dá os seus trambiques vendendo peças recauchutadas a preço de novas, mas Deus o abençoa assim mesmo pois o irmão ajuda na construção de muitas casas de oração”.

Ouso afirmar que a prosperidade financeira de tal pessoa, com toda a certeza não vem de Deus. Deus é um Deus coerente e Ele jamais abençoaria as tramóias de um ladrão. Tenta comprar o Senhor com o dinheiro sujo, mas saiba tal que melhor seria se gastasse seu dinheiro sujo com qualquer outra coisa, pois assim não cometeria abominação contra o Senhor. Deus é um Deus sério!

9. ATITUDES PRÁTICAS PARA APLICAR OS PRINCÍPIOS EXPOSTOS

As atitudes abaixo deveriam ser postas em prática pelas igrejas locais:

  1. Abrir uma conta para que parte da sua receita seja depositada nela. Este dinheiro poderá ser usado para emergências tais como: Despesas hospitalares (emergência), assistência a irmãos necessitados (desemprego etc), cestas básicas etc.
  2. Investir em um (ou mais) obreiro suprindo suas necessidades. Separando, mensalmente, uma determinada quantia para este fim.
  3. Incentivar, através de ensino bíblico, cada membro a planejar as ofertas a ser entregues a igreja.

10. CONCLUSÃO

Creio firmente que um cristão deveria ser no mínimo um dizimista. O crente que não contribui é pior que um farizeu que vivia sob a Lei; pois, pelo menos neste aspécto, eles eram bem fiéis. Se você quer ser comparado a um legalista deve ser, no mínimo, um dizimista. Crente que não contribui não atinge nem o padrão da Lei e todos nós sabemos que o Novo Testamento contlempla não somente os 10%, vai além deles.

Espero que estes princípios bíblicos o despertem a pelo menos se igualar a um farizeu. Contudo, sabemos que a vontade de Deus é que os suplantemos em muito. Pense nisto: Onde tens aplicado os bens que Deus tem confiado a você?

 

Jabesmar A. Guimarães

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