…e o pobre de espírito de Mateus 5:3
“(35) Aconteceu que, ao aproximar-se ele de Jericó, estava um cego assentado à beira do caminho, pedindo esmolas. (36) E, ouvindo o tropel da multidão que passava, perguntou o que era aquilo. (37) Anunciaram-lhe que passava Jesus, o Nazareno. (38) Então, ele clamou: Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim! (39) E os que iam na frente o repreendiam para que se calasse; ele, porém, cada vez gritava mais: Filho de Davi, tem misericórdia de mim! (40) Então, parou Jesus e mandou que lho trouxessem. E, tendo ele chegado, perguntou-lhe: (41) Que queres que eu te faça? Respondeu ele: Senhor, que eu torne a ver. (42) Então, Jesus lhe disse: Recupera a tua vista; a tua fé te salvou. (43) Imediatamente, tornou a ver e seguia-o glorificando a Deus. Também todo o povo, vendo isto, dava louvores a Deus” (Lucas 18:35-43).
“Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos céus” (Mateus 5:3).
I. INTRODUÇÃO
Pobre de espírito ou humilde de espírito é aquela pessoa que chega ao ponto de reconhecer a sua total incapacidade de realizar o bem que Deus requer dela. É aquela pessoa que chega a conclusão de sua total falência espiritual, notando assim que não tem absolutamente nada a oferecer a Deus em troca da salvação da sua alma.
Somente aqueles que chegam a esta conclusão estão prontos a receber a graça de Deus nas suas vidas.
Depois destas considerações passemos a estudar os acontecimentos que mudaram radicalmente a vida de um homem cego:
II. A INUTILIDADE DO HOMEM CEGO (35)
Este era um homem que não produzia nada. Era, do ponto de vista humano, um completo inútil. Vivia de favores, de esmolas, daquilo que mendigava. Como era privado da visão, certamente dependia que lhe guiassem de casa até o local de mendigar e depois de volta a ela. Ele vivia na mais completa escuridão. Sem luz, sem dinheiro, sem alegria, sem orgulho, sem dignidade. A presença das trevas sufocava diariamente sua miserável existência.
Contudo, havia uma remota esperança de mudar a sua situação. Provavelmente ele ouvira que existia alguém capaz de mudar a sua sofrida condição de vida. Alguém que podia torná-lo em alguém diferente.
III. O CLAMOR POR MUDANÇA (36-38)
Por incrível que possa parecer, a situação daquele homem lhe proporcionou a oportunidade de experimentar a graça do Deus-Homem Jesus Cristo!
Naquela situação, totalmente impotente quanto a sua sorte, tomou conhecimento que Jesus passava por ali e estava ao alcance da sua voz, não titubeou e começou a gritar a plenos pulmões: “Jesus filho de Davi, tem misericórdia de mim!” Ele resolveu lançar-se em total dependência aos pés do Senhor Jesus.
Porém, alguns na multidão não viram com bons olhos a sua atitude.
IV. A OPOSIÇÃO AO CLAMOR DO CEGO (39)
É interessante quando notamos que a atitude do cego incomodou aqueles que seguiam com Jesus. As pessoas o mandaram calar a boca. Talvez pensassem consigo: “O Mestre é um homem ocupado e não deve ser incomodado por um mendigo maltrapilho”, ou talvez: “O Mestre não pode perder tempo com um simples mendigo cego”. Assim eles o ordenavam que ficasse quieto.
Mas, o cego não dando ouvidos a eles, gritou ainda mais: “Jesus filho de Davi, tem misericórdia de mim!” Ele quebrou o protocolo, mandou “as favas” os que o queriam impedir de clamar. Não ligou para a oposição. Aquele insistente homem só queria uma coisa: Falar com Jesus!
Ele clamou tanto que mesmo em meio ao alvoroço da multidão Jesus o ouviu. Aquele homem estava para experimentar algo que o deixaria totalmente realizado. Ainda hoje é assim, em meio aos bilhões de pessoas se você clamar a Jesus Ele ouvirá o seu clamor. Ele sempre terá tempo para você!
V. FRENTE A FRENTE COM JESUS (40-42)
Lemos que Jesus parou sua caminhada e mandou que o cego fosse trazido à sua presença. Então em meio a tantas pessoas o cego conseguiu a atenção do Mestre. Por um momento Jesus ignora a multidão e dá toda a sua atenção àquele homem.
Jesus lhe faz uma pergunta crucial: “O que você quer que eu lhe faça?” Então o cego responde de forma direta: “Senhor, eu quero ver”. Jesus, notando a total dependência daquele homem nele satisfaz o sue pedido e milagrosamente faz com que ele recupere a visão.
Agora ele podia ver o rosto das pessoas, os pássaros, as nuvens no céu, o sol, as flores, as arvores etc., etc. Que maravilha! A fé daquele homem o levou a experimentar tamanha benção na sua vida.
Então ele passou a seguir a Jesus e a glorificar a Deus. Não só ele, mas também todo o povo que havia visto o milagre, a transformação ocorrida naquele homem.
VI. CONCLUSÃO
Começamos nosso estudo explicando o que Jesus quis dizer com ser pobre de espírito. E talvez você esteja pensando: “O que é que eu tenho a ver com ser pobre de espírito e com este cego?”
Talvez mais do que você pensa. Acontece que, segundo a Bíblia, todos nós somos ou já fomos cegos. Não que soframos de cegueira física, mas que sofremos de um tipo pior de cegueira, a cegueira espiritual. Esta cegueira é provocada pelo inimigo da nossa alma Satanás. Senão vejamos: “Mas se o nosso evangelho está encoberto, para os que estão perecendo é que esta encoberto. O deus desta era CEGOU o entendimento dos descrentes, para que NÃO VEJAM A LUZ do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus.”
A diferença deste tipo de cegueira espiritual para a cegueira física é que esta é facilmente admitida. Um cego não diz que não é cego, mas muitos que estão cegos espiritualmente jamais admitem estar cegos. Assim não são pobres de espírito e, conseqüentemente não são bem aventurados, não são felizes. Então podemos ver que todos nós temos tudo em comum com o cego de Jericó, mas nem todos tem nada em comum com o pobre de espírito.
Nos achamos bons demais para precisar recorrer unicamente ao sacrifício de Jesus para garantir a salvação da perdição eterna. Afinal não sou tão ruim assim. Então não nos chegamos ao Senhor Jesus para que Ele tire esta venda infernal que Satanás colocou na nossa mente. Muitos continuam cegos por puro e simples orgulho. UNS CONFIAM NA SUA BONDADE PRÓPRIA, OUTROS NA SUA IGREJA, OUTROS NA TRADIÇÃO EVANGÉLICA HERDADA DOS PAIS e assim por diante.
Continuam totalmente cegos e conseqüentemente perdidos, condenados ao fogo eterno do inferno. Isto porque nunca clamaram: “Senhor Jesus tem misericórdia de mim, sou cego e preciso da sua luz.”
Se você chegou a conclusão de que é cego e precisa desesperadamente que Jesus lhe dê visão espiritual, se você está cansado de andar tropeçando na vida, se você já não agüenta mais o seu atual estado espiritual, eu convido você a clamar de todo o coração: “SENHOR JESUS EU ESTOU CEGO E NEM SABIA, ACHAVA QUE ERA UM DOS TEUS MAS VI QUE ESTAVA CONFIANDO EM OUTRAS COISAS E NÃO EM TI SOMENTE, Ó SENHOR RECONHEÇO QUE SOU UM PECADOR E PRECISO DO TEU PERDÃO. TIRA A VENDA QUE NÃO ME DEIXA VER A TUA GLÓRIA E ME DÁ DA TUA LUZ, POIS PRECISO DESESPERADAMENTE DA SUA SALVAÇÃO”. AMÉM!
Jabesmar A. Guimarães